quinta-feira, 3 de setembro de 2020
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Primeiro Capítulo do Livro Rebelião da escritora Dayla Assuky, Ficção Ciêntifica e Ação
Capitulo 01:
Uma fuga inesperada.
Um
manto negro todo em veludo se estende sobre as nossas cabeças, pontos
brilhantes nos chamam a atenção, são como lantejoulas. Essa pode ser uma visão
simplificada de nosso universo, imenso, imperial. As estrelas se aglomeram aos
montes, suas luzes se compactam num abraço explosivo de encher as vistas,
sempre existe uma ou outra que parece sozinha, mas que mesmo assim não deixa de
brilhar, afinal, sozinha na verdade ela não está.
Em
um pequeno espaço dentro deste grande breu há o que parece areia colorida sobre
um pano escuro, sim, essa areia é formada de planetas e estrelas, é a Via-Láctea.
São tantos os planetas, tantas as estrelas que só é possível distingui-las com
a aproximação de quem as observa. Um grande círculo de pura energia nos faz
lembrar uma imensa bolha de sabão multicolor suspensa sobre o nada, em sua
transparência podemos ver um pedaço de terra flutuante igual a uma ilha perdida
na imensidão. A sua volta três luas de puro aço passam uma mensagem de alerta
“Não se aproxime muito”.
Este
planeta é Óregon, um planeta artificial criado por mãos habilidosas e mentes
extremamente desenvolvidas. Planeta habitado por seres de existência antiga, sábios
e responsáveis por todas as decisões de real importância para este sistema
solar em conjunto com mais seis sistemas solares conhecidos como “A ordem dos sete”.
Outros seres de grande autoridade para A ordem dos sete são conhecidos como A Legião.
Os legionários pertencentes A Legião são compostos por seres dotados de
habilidades genéticas que podem alcançar o contato com a energia cósmica a sua
volta. Algumas habilidades são similares e outras únicas, depende muito da
sensibilidade de seu obtentor. A legião luta à frente de Óregon fazendo ser
aplicados os julgamentos do mesmo com a intenção manter a paz na ordem
estabelecida.
Além
de ser bem ornamentada com um mar de verdejantes árvores, este planeta tem
apenas uma única imensa torre localizada em seu centro e cercada de um lago azul.
Império é a palavra que melhor descreve esta visão e sua autoridade. Várias são
as portas que se abrem e fecham para a entrada e saída de naves.
Em
uma destas grandes portas pousa delicadamente uma nave pequena em formato de bumerangue,
enquanto isso uma pessoa meio humana e meio touro em pé faz sinal para auxiliar
no pouso. Após o término do pouso as portas da pequena nave se abrem e uma luz
amarelada sai da nave identificando a sombra formada de duas pessoas. Na frente
descendo da nave está uma mulher com rosto de gato, orelhas pontudas e um farto
e peludo rabo felino. Seu olhar é fixo à frente com as pupilas fininhas
perdidas em um mar amarelo âmbar enquanto caminha com firmeza e poder. A mulher
felina está sendo seguida por outra mulher de aparência humana, cabelo encaracolado
preso de lado, cabeça baixa e um olhar odioso mirado à primeira. Seus pulsos e
pescoço estão presos por algemas prateadas e vez por outra em meio ao olhar de ódio
é possível ver pequenas expressões de dor que a fazem caminha para frente em
direção aquela que a subjuga.
O
nome da primeira mulher é Keinara, e o nome da segunda mulher é Zira. As duas
andam em meio a um grande galpão de pouso, revestido de metal e bem iluminado. Passam
por uma porta de vidro que dá acesso a uma recepcionista de aparência humana e
cabelos longos esverdeados que solicita a Keinara que olhe em um leitor de íris.
Após a formalidade uma segunda porta de metal se abre dando acesso a uma enorme
sala onde se encontram centenas de seres distintos uns dos outros. Alguns em
forma humanoide, outros em formato completamente animal enquanto outros são difíceis
de descrever. O chão de mármore puro reluz e Keinara acompanhada de Zira
atravessam a grande sala até chegar em uma porta metálica que abre dando acesso
a um elevador em vidro transparente. Uma luz contorna o corpo das duas mulheres
e uma voz ressoa: “Legionária Keinara aprovada. Prisioneira Zira aprovada.”. Após
a análise e aprovação de acesso o elevador desce em alta velocidade para o
subsolo até chegar ao andar menos quarenta e oito.
As
duas mulheres saem do elevador acessando outra grande sala, porém menor do que
a anterior. Vários balcões de atendimento e seres diferentes estão espalhados
pelo local. Keinara se dirige a um destes balcões e entrega um controle remoto
fino com aspecto de vidro. A atendente felina com a aparência de uma mulher leopardo
vestida em um terno preto pega o controle com satisfação. “Vejo que obteve
sucesso novamente, como o esperado”. Keinara mantem o olhar sério, porém um
pouco mais amistoso “De fato, eu só alcançarei sucesso em minha missão se esta escória
não for capaz de fugir daqui assim como fugiu de outras dez prisões”. “Ouvi
dizer que esta mulherzinha é bem escorregadia. Mas pode confiar que de Óregon
ela não pode fugir. Pelo menos, não temos nenhum registro de fuga a mais de
duzentos anos”. “Assim espero” Keinara responde com um longo suspiro e olhos
fechados.
Enquanto
Keinara vira as costas para sair, Zira se volta contra ela munida de um olhar
fervente e grita ao máximo de sua voz: “Eu vou me vingar de você! Desgraçaaaada!
Eu vou acabar com você! Eu vou...” No meio de sua fala o seu corpo é atingido
por uma imensa descarga elétrica que a deixa inconsciente e a faz cair ao chão
pesada. A mulher leopardo sorri com dentes afiados “Não se preocupa não
Keinara, daqui essa infeliz não sai viva”. Dois guardas, um com aparência humana
e outro de pele azul levantam Kira e a arrastam para um corredor. Keinara
apenas continua a caminhar em direção ao seu destino.
Passam-se
alguns minutos e um barulho de porta de ferro fechando faz com que Zira acorde.
Mesmo estando zonza ela percebe que está em uma cela metálica, escura e fria
com apenas uma cama e um vaso sanitário. Sem possuir janelas a única luz na
sala é esverdeada que mal dá para enxergar os próprios pés. Ao recuperar completamente
a consciência e ver a sua situação humilhante ela começa a resmungar: “Que
droga! Não posso ficar aqui”. Nervosa, vai em direção a porta e bate fortemente
ressoando no corredor. “Me soltem! Vocês todos vão me pagar! EU ODEIO ÓREGON E
TODOS DESTA MALDITA ORDEM DOS INFERNOS! ”. Em pura histeria, foram xingamentos
e promessas de vinhaça por quase uma hora até que enfim, resignada pela impotência
Zira se deixa cair sobre a cama falida.
Pelo
corredor vazio um jovem humano de boa aparência, olhos castanho-escuros e
cabelos loiros com uma cicatriz em forma de V descendo da altura da base do
olho esquerdo até metade da face, se aproxima com passos prepotentes. Olha pelo
visor de vidro quadrado e sorri. “Zira, já desistiu de todo ódio que possui? ”.
A mulher volta o rosto para a porta com desconfiança, um olhar oblíquo e
curioso. “Quem é você? E o que você quer comigo? ”. Keiro sorri de lado. “Tenho
uma proposta para você. Me responda apenas sim ou não.”. “Uma proposta? Qual proposta?
”. “Sou detentor do poder necessário para te tirar daí. Em troca...” uma breve
pausa “Você irá seguir meus planos sem questionar, sem contradizer,
obedientemente. Posso te garantir que além de sua liberdade você receberá a
vingança que deseja. ” Zira não é de confiar fácil, nem mesmo de aceitar tantas
imposições, mas aparentemente não tem muita saída. A única decisão viável neste
momento: “Sim, eu vou com você”.
Keiro
aproxima os olhos do leitor ótico ao lado da porta que emite uma luz escanceando
a sua retina. Uma voz eletrônica finaliza o processo “Legionário Keiro,
permissão concedida. A abertura da porta será imediata”. A porta se abre e Zira
levanta com rapidez atirando-se ao corredor e para por um instante observando o
homem que a libertara. Seu olhar demonstra gosto, pois Keiro é o tipo de homem
que desperta desejo em uma mulher, seja por seu porte físico ou por usa
aparente potência como homem de liderança. Ela cruza os braços e meneia a
cabeça como quem diz “E ai? Como que vai ser? “.
Ele
pega um pequeno chip que estava em uma carteira que carrega na cintura e o gruda
no braço de Zira. “Presta atenção, esse chip vai camuflar a estrutura do seu
DNA quando passarmos por todos os escâneres, portanto não o remova do seu
braço.”. Ela apenas acena com a cabeça, um pouco incrédula. Afinal este tipo de
tecnologia não lhe era conhecida, de certa forma ela sabe que muitas coisas são
desenvolvidas pela ordem por debaixo dos panos, mas nunca que um legionário
andaria com algo assim. Os legionários usam apenas armamentos concedidos pela
ordem e abertamente registrados de forma legal. Dizem que isso evita que os
legionários tomem para só o poder da ordem ou ajam fora dos limites impostos
pela lei.
O
plano se mostra perfeito. Nenhum escâner detecta a prisioneira como Zira e sim
como Hayla que estava para ser transferida neste mesmo dia e horário para uma prisão
de seu próprio sistema solar. Hayla passou vinte anos encarcerada em Óregon e
por ter demonstrado melhoras em seu comportamento não iria precisar de tanta
guarda e segurança. Muitas vezes essa melhora se dá pelo fato de que as prisões
de Óregon tem permissão de utilizar medicamentos capazes de modificar a
estrutura mental de um prisioneiro deixando-o deprimido o suficiente para
incapacita-lo de planejar ou fazer algo realmente grande contra a sociedade. Alguns
condenam tal ato e vários protestos já foram registrados em muitos planetas da
ordem dos sete, porém um grande número de seres é a favor. Aqueles que tiveram
suas vidas modificadas por atentados efetuados por bandidos extremamente
perigosos acreditam que esta é a única forma de ser justos, pois não estão
tirando a vida de bandidos, mas também os incapacita de fazer o mal. Um dilema
moral que nunca foi de fato aprovado ou reprovado.
Algumas
horas depois o general Zirde solicita a verificação da cela onde deveria se
encontrar a prisioneira Zira. Após alguns instantes a resposta a sua
solicitação o deixa furioso e não por menos seus gritos são ouvidos de longe. “Como
assim ela não está na cela?! Não se passaram sequer vinte e quatro horas! Como nenhum
escâner a detectou? Quero que me expliquem agora!”. Aquele homem felino com aparência
de tigre, olhos serrados e uma pequena linha de expressão entre as sobrancelhas
era de botar medo em qualquer um. Irritado se levanta e vai a caminho do galpão
de pouso com mais doze subordinados de espécies diferentes. Entram em uma nave
grande em formato de seta e decolam em direção a imensidão do céu.
A
nave de Zirde detém um projeto de última geração, um escâner de naves que
detecta a posição de outras naves em anos luz dentro do hiperespaço. Projeto esse
apenas sabido pelos líderes da ordem, o construtor, o próprio general e seus
subordinados de confiança. Em pouco tempo de rastreio foi detectada uma nave
sem registro a qual teve entregue a sua localização. Rapidamente o general e
seus subordinados mudaram o curso para as coordenadas recebidas.
Zira
estava tranquila a caminhar dentro da nave comendo e observando os detalhes da
mesma quando de repentino a nave chacoalha e ela é lançada em uma das paredes. Keiro
grita “Se afivela no assento agora! Vamos ter alguns problemas”. Ela corre com
o braço dolorido e se prende a cadeira. “Mas o que está acontecendo? Batemos em
algo? ”. “Bateram na gente”. “Quê?!”. Zira estava abismada com a informação. Sempre
foi dito que no hiperespaço não há a possibilidade de rastreamento, pois a
grande energia da estrada cósmica impede tal ato. “Mas como eles nos acharam? Aqui
isso não é possível! ”. “Pelo visto, é possível sim. Não sei como, nunca sequer
ouvi falar, mas é o que está acontecendo. E preciso dar um jeito nessa
situação. Fica calada e me deixa pensar!
”. A nave foi atingida por um segundo disparo que fez acender as luzes de emergência.
“Droga! Vamos ter de mudar de rota! ”. “No hiperespaço? ”. “No hiperespaço. Eles
têm um rastreador de hiperespaço, eu também tenho uma surpresinha na manga. ”.
Keiro
se levantou e desafivelou Zira. “Vamos, temos que chegar a próxima sala antes
de um terceiro impacto. ”. A sala de hibernação era vazia e pequena, exceto por
conter três objetos bem diferentes, pareciam macas macias com um acoplado de
vidro protetor. Era o que se poderia chamar de sarcófagos de vidro. “Agora
entra. Estas caixas de vidro irão nos proteger do impacto. Teremos de acelerar
um dia de hiperespaço para fugir desta situação e incapacitar o rastreamento de
nossa posição”. “Um dia? ”. “Sem conversa, precisa ser agora! ”. “Os dois
entraram e fecharam as portas de vidro, imediatamente um gás foi liberado
dentro da caixa de vidro fazendo-os dormir. A nave foi atingida por um terceiro
disparo e em seguida as luzes mudaram de vermelho para verde e a nave
estabilizou-se. Logo a calmaria.
O
general Zirde com seus homens estão para dar um terceiro tiro de laser na nave
a sua frente quando percebem algo estranho. “General” grita um humanoide
vermelho com a cabeça semelhante a um macaco. “A nave está ativando algum tipo
de campo magnético”. “Estamos sendo puxados de encontro a ela” grita outro. “Não
podemos desacelerar no hiperespaço, a nave pode ficar em pedaços. Precisamos manter
a velocidade. ” Zirde coloca a mão sobre o rosto contrariado. “Continuem na
mesma velocidade. Não podemos perder esse traidor. Disparem o terceiro laser
agora! ”. Assim o fizeram, mas quando o laser atingiu a nave de Keiro ele
ricocheteou de volta para a nave perseguidora casando um grande tremor dentro
da nave. Quando voltaram ao normal perceberam que o impossível havia
acontecido. “Cadê a nave? ”. A nave de Keiro havia sumido e o rastreador não
era capaz de detectar sua localização. “Os perdemos” disse Zirde com os dentes
serrados de raiva. Finalmente eles decidem retornar a Óregon saboreando o gosto
amargo da derrota.
Continua...
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